O diploma pendurado na parede sempre foi, para muitos, um símbolo de conquista e autoridade. Ele representa anos de estudo, esforço e compromisso com uma área específica do conhecimento. Mas será que ele, por si só, garante que aquele profissional é o mais indicado para atender uma demanda tão sensível quanto a saúde mental? A análise da formação acadêmica vai muito além da faculdade cursada. Envolve uma avaliação criteriosa da trajetória, da postura ética e da capacidade de escuta.
Em tempos em que a oferta de serviços na área da saúde cresce, com diferentes perfis e propostas, saber interpretar o currículo de um profissional é um passo fundamental para fazer escolhas conscientes — especialmente quando se trata de buscar apoio psicológico ou psiquiátrico.
Formação acadêmica: o ponto de partida
O diploma é um requisito legal. Ele mostra que o profissional concluiu uma graduação reconhecida pelo Ministério da Educação e, no caso de médicos, que está registrado no Conselho Regional. É a base mínima exigida para o exercício da profissão. No entanto, o tipo de formação — se foi em uma universidade pública, particular, nacional ou internacional — pode influenciar no estilo de ensino recebido, mas não define, por si só, a qualidade do atendimento.
Mais importante do que o nome da instituição é compreender o quanto aquele profissional continuou se desenvolvendo após a formatura. A medicina e a psicologia, por exemplo, são áreas que exigem atualização constante, especialmente em temas complexos como transtornos psiquiátricos, dependência química, suicídio e quadros crônicos.
Pós-graduação e especializações: sinal de aprofundamento
Especializações mostram que o profissional escolheu se aprofundar em determinado tema. Uma formação em psiquiatria, por exemplo, exige residência médica — o que já demonstra dedicação técnica intensa. Outras formações complementares, como mestrados ou cursos voltados a abordagens terapêuticas específicas, também indicam comprometimento.
No momento da análise, vale observar se as áreas de formação estão alinhadas com o serviço oferecido. Se um médico se apresenta como especialista em depressão resistente, por exemplo, é importante verificar se há respaldo técnico para tal atuação. Nem sempre quem está em evidência é quem mais estudou ou mais atende — por isso, o cuidado na leitura da formação é essencial.
Participação em congressos e produções acadêmicas
Outro ponto que agrega valor ao currículo é o envolvimento em eventos científicos, produção de artigos ou participação em pesquisas clínicas. Isso indica que o profissional está inserido nos debates contemporâneos da sua área e busca contribuir com a construção de conhecimento.
É comum que instituições de referência, como a considerada por muitos a melhor clínica psiquiátrica do Brasil, valorizem esse perfil em seus quadros. Embora esse fator não seja determinante, ele pode oferecer pistas sobre o compromisso do profissional com a prática baseada em evidências.
Postura ética e qualidade da escuta
Ainda que os títulos e certificações ofereçam segurança, o contato direto com o profissional deve confirmar — ou não — a confiança esperada. A capacidade de escutar sem julgamentos, acolher dúvidas e esclarecer procedimentos de forma clara muitas vezes fala mais alto do que a moldura do diploma.
Durante a consulta, observe como o profissional se posiciona. Ele escuta mais do que fala? Explica com paciência? Respeita o ritmo do paciente? Esses detalhes são fundamentais, especialmente em tratamentos que exigem acompanhamento a longo prazo.
Conhecimento que se revela na prática
Avaliar um profissional pela formação é legítimo — e necessário. Mas essa análise precisa considerar o todo: desde a graduação até as escolhas feitas ao longo da carreira. A busca por qualidade não se limita ao currículo. Ela se confirma na prática, na conduta ética e na forma como o paciente é tratado.
Diploma, sim. Formação sólida, também. Mas o que realmente diferencia um bom profissional é a sua capacidade de traduzir esse saber em cuidado real.
